sexta-feira, janeiro 27

Minúscula resenha sobre Hibisco Roxo, Chimamanda Ngozi Adichie




“(...) O quadro se fora. Ele já representava algo perdido, algo que eu jamais tivera, que jamais teria. Agora, mesmo aquela lembrança se fora, e em volta dos pés de Papa estavam espalhados pedaços de papel pintados de cores terrais. Os pedaços eram muito pequenos, muito precisos. De repente, enlouquecidamente, imaginei o corpo de Papa-Nnukwu sendo cortado em pedaços daquele tamnho e guardado numa geladeira.
- Não! – gritei.
Corri para os pedaços no chão como se quisesse salvá-los, como se salvá-los fosse salvar Papa-Nnukwu. Atirei-me no chão, deitei sobre os pedaços de papel.” p.222


A citação é imensa e confesso que minha vontade era encher o post de citações desse livro espetacular. Leitura de férias, preparação para participação do encontro #leiamulheres, esse foi o livro que preencheu meus dias e me fez refletir mesmo quando fazia coisas corriqueiras do dia-a-dia. Chimamanda, com sua escrita direta e reflexiva, deu voz a uma adolescente nigeriana, silenciosa, mas muito reflexiva.
Kambili é uma jovem de mais ou menos 15 anos (posso me confundir nos detalhes), criada numa família nigeriana católica, tradicional e muito rica. Seu Papa é um homem muito religioso e generoso, pronto para ajudar a todos sem nada esperar em troca, nem elogios, mas dentro de casa cria seus filhos e trata sua esposa a ferro e fogo (quase que literalmente), sempre com base nos ensinamentos que recebeu dos jesuítas que “converteram” os nigerianos, e essa identidade dúbia confundi o leitor e dificulta a própria compreensão de quem é esse pai. Toda a história de Kambili começa a mudar quando é convidada, juntamente com seu irmão Jaja, a passar algumas semanas na casa de sua tia Ifeoma. Lá tanto Kambili como Jaja desabrocham e descobrem uma vida além daquela que eles vivem, uma vida de sorrisos, opiniões e muito familiar. Na companhia dos primos e do padre Amadi, Kambili vê sua vida ser transformada pouco a pouco. Lá ela conhece um pouco de seu Papa-Nnukwu (com quem nem deveria ter contato, já que seu pai a proibira, visto que seu avó era um pagão), e percebe que o amor e a família estão além da religião.
Hibisco Roxo é de uma beleza e raridade (como a própria flor) que encanta e seduz o leitor. Prendendo do começo ao fim, é uma trama com reviravoltas surpreendentes e vários pontos de interrogação. Você termina a leitura e permanece sentada, como Kambili, refletindo sobre tudo o que viveu naquelas páginas.

Nota 10 para esse romance. Super indico.

Vanessa Reis


VOLTEI!!!!



Eu voltei, e agora é pra ficar! Por que aqui, aqui é o meu lugar!!!

Olá Galera!
Voltei! E espero ficar por bastante tempo.
Atualizar esse blog com informações, resenhas de livros e filmes, contos e crônicas, entrevistas e qualquer outra coisa que eu queira!

Então, aproveitem o passei, e não esqueçam de comentar!

Beijos imensos.
Vanessa Reis