terça-feira, julho 26

A velhice



Nunca me preocupei com a velhice, afinal é natural não é!?
Vejamos: a pessoa nasce, cresce, atinge a maturidade (algumas não), envelhece e depois morre. Duro? Não, somente a lei da vida. É claro que hoje algumas nem envelhecem, mas a regra geral ainda é essa; então isso nunca me assustou tanto.

Mas fui surpreendida naquela tarde, quando segurei a mão de minha bisavó, tão enrugada, com tantas marcas de que os anos enfim chegaram para ela. A sensação que me assolou foi de medo, um medo profundo, se a velhice a tinha abraçado, adivinha quem é que estava aguardando para entrar em cena!???? pois é.
Foi apavorante.
Segurei suas mãos, acariciei, cheirei e fiquei olhando por longos momentos, lembrando das vezes que vi aquelas mãos cozinhando, arrumando, gesticulando, amassando amendoim para fazer a melhor paçoca do mundo!

Percebi que enfim me preocupava com a velhice, não porque ela deixava as pessoas enrugadas e frágeis... não... isso não me apavora. O problema é que com a velhice vem a sensação de que cada segundo é promissor, unico e desconhecido.
Aproveitarei os poucos momentos que visito minha velhinha, enquanto ela tem missão na Terra.
E os outros que estão envelhecendo, posso ter o privilégio de hoje estar mais ao lado deles, não como eu queria, mas mais do que antes, sem dúvida.

N. Reis