domingo, janeiro 20

Impossível



Ela entrou na sala exalando o perfume que fora presente de aniversário. Eu a queria, queria sentir aquele perfume diretamente do seu corpo, e não solto no ar; queria cuidar dela, leva-lá para todos os lugares, tê-la ao meu lado. Mas se existia algo impossível no mundo era ter aquela mulher para mim. "Por quê?" talvez você me pergunte; "nada é impossível" talvez você me aconselhe. É impossível, eu afirmo.
Se eu fora atingido pelas flechas do cupido e terminei por amar aquela mulher, eu que a amasse em silêncio, sofresse em silêncio.
Tinha um sorriso divino, e o dirigia a mim seguido de um cordial "oi, você está bem?". Minha resposta se repetia sempre que ela estava por perto: "Indo... um dia melhora.". Ela gargalhava e dizia que um dia eu lhe daria uma resposta diferente. Eu duvidava, só melhoria no dia que ela fosse minha, isto é, nunca.
E então ele entra: forte, bonito, seguro de si, a toma em seus braços e beija seus lábios. Morro de inveja e ciúme. Os sentimentos dentro de mim entram em confusão (é sempre assim): ódio, amor, arrependimento, tristeza, desespero...
Eu queria aquela mulher, mas era ele quem a tinha..
-- Irmãozinho, eu e Gisele vamos ver um filme. Quer ir com a gente?
-- Hum, não, não. Tô tranquilo, vou jogar um videogame e dar um volta na rua... Bom filme pra vocês.

Ir ao cinema com a mulher que eu amo enquanto outro a beija... acho melhor não.

N. Reis

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